domingo, 27 de julho de 2014

Novos tempos

É fato de que a maternidade nos faz diferentes, como o curso de um rio: não da pra voltar atrás. A maternidade nos conecta com nós mesmas, ficamos mais próximas de nossa própria essência. Isso acontece principalmente na esfera profissional. Diante de tudo o que vivi na gestação e parto, o pensamento é partir para algo ligado à maternagem, humanização do parto e empoderamento feminino. Sinto que houve uma ruptura, assim que pari algo em mim se modificou, minhas certezas foram para o espaço, quero compartilhar experiências, vivências...não mais eliminar sintomas. Afinal, o que é ser normal em uma sociedade doente? O que esperamos quando falamos em tratamento das doenças mentais? Tentar adequar aqueles que romperam com a realidade ao que a sociedade espera deles? Não, psicologia não serve para isso. Serve para a reflexão, para autonomia, para a consciência de si mesmo. Esse processo de empoderamento pode se dar em diversos aspectos, como no parto e puerpério por exemplo. O empoderamento no criar filhos para que eles não desenvolvam dificuldades, medos e mágoas que podem se transformar em transtornos mentais ao longo da vida. Excesso de carinho na infância não manda ninguém para o consultório de um psicológico no futuro: falta de carinho, sim. Quando minha gestação terminou, algo vem sendo gestado em mim, na minha alma e pela primeira vez na vida sinto que estou no caminho certo.

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